Friday, December 15, 2006

O factor Isaura

MANUEL FERNANDES E AUGUSTO NEVES ASSUMEM CANDIDATURAS
O certo é que na disputa que já se iniciou o “factor Isaura” poderá ter mais peso do que o apoio do actual coordenador. E Fernandes há muito tempo que entendeu isso e fez tudo para normalizar as relações com a Presidente, de modo a não surgir como seu adversário. E espera “uma postura imparcial da parte da vice-presidente do MpD”
Mindelo, 14 Dezembro - Tudo indica que a coordenação do MpD em S. Vicente vai ser disputada por dois candidatos. Enfim, o segredo de Polichinelo mostrou que era isso mesmo: não era nenhum segredo. Há muito que a candidatura de Augusto Neves vinha sendo “cozinhada” pela actual direcção, liderada por João Santos e, também, há muito tempo que se sabia que uma candidatura com a bênção e empurrões do actual coordenador teria oposição. E, Manuel Fernandes, cedo mostrou que desta vez tinha trocado as intrigas de bastidores e sonhos de golpes palacianos, por uma candidatura assumida.
Sendo assim, há muito que as águas estão separadas. E, para muitos militantes contactados por Liberal, “isso é muito bom. Não há nenhum drama”. O que esperam é que “a actual direcção saiba colocar-se numa posição de imparcialidade no tratamento a dar às duas candidaturas”. Mas os apoiantes de Fernandes “estão com a pulga atrás da orelha” e não acreditam na imparcialidade de João Santos. Tanto que têm criticado o coordenador cessante de inércia e de não saber o que quer. E justificam “o João disse que por razões profissionais não queria ser vereador do partido na CMSV e deixou a Isaura ‘na mão’. Depois disse que, pelas mesmas razões não podia continuar a ser coordenador. E depois surgiu como membro da comissão politica”. Concluem que durante quase um ano, o MpD na ilha de S. Vicente esteve “paralisado. Nem conseguiram dar apoio político à Presidente da CMSV quando o PAICV lançou os seus ataques”. E se calhar é por isso que a candidatura de Fernandes escolheu o lema “por um MpD dinâmico”. Dizem que “o MpD precisa de dinamismo, de ser interventor, na vida política regional e assumir-se como a linha avançada e retaguarda do Executivo de Isaura Gomes, no combate político que é preciso dar ao principal adversário do MpD em S. Vicente”.
Manuel Fernandes disse ao Expresso das ilhas que “de nada vale levantar o fantasma que se ganharmos, não estaremos em sintonia com a presidente da CMSV. Isso não vai pegar, porque antes de afirmar a nossa candidatura, dissemos à Isaura que a apoiamos e que estaremos com ela de corpo e alma, nas batalhas políticas que tem pela frente”. Fernandes, entretanto, reconhece: “é verdade que no passado tivemos visões diferentes sobre que caminhos o MpD devia seguir em S. Vicente. Mas a política e a própria relação entre as pessoas, é um processo dinâmico. E hoje o que nos levou a divergir já não existe”.
O FACTOR ISAURA
O certo é que na disputa que já se iniciou o “factor Isaura” poderá ter mais peso do que o apoio do actual coordenador. E Fernandes há muito tempo que entendeu isso e fez tudo para normalizar as relações com a Presidente, de modo a não surgir como seu adversário. E espera “uma postura imparcial da parte da vice-presidente do MpD”. E é o que pessoas próximas de Isaura defendem: “a Presidente não tem nada a ganhar em tomar partido na disputa. Com uma postura de verdadeira imparcialidade coloca-se acima das refregas políticas e fica posicionada para ajudar a curar as feridas, de um lado e de outro, resultantes do embate eleitoral. Isto porque na hora de recolher as tropas para a batalha autárquica vai precisar de todos”.
As campanhas já estão no terreno e prometem ser animadas.
Eduino Santos

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