Thursday, December 28, 2006

Olhares ao Domingo

A GUMA. A GOTCHA, O PERIQUITO E A BANANEIRA QUEREM MEDALHAS DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Não! Não! Bananeira não pode receber medalhas, nem em tempo de moia. Bananeira não faz mais nada a não ser a sua obrigação que é dar bananas e parir novas bananeiras. O que??? Houve gente que recebeu medalhas apenas porque cumpriram com a sua obrigação? Isso sabemos. Mas não justifica que se venha a dar uma medalha a uma bananeira porque deu bananas, que é a sua obrigação O que? Deu-se medalhas a professores apenas porque deram aulas. A ex. Ministros apenas porque foram ministros e em muitos casos maus ministros? Ta certo, mas isso não justifica, nem em tempo de moia, que se dê uma medalha em nome do Estado de Cabo Verde a uma bananeira só porque deu … bananas.

Neste domingo tinha outros olhares. Pois acordei decidido a homenagear as minhas duas cadelas: a Guma e a Gotcha. Já tinha as medalhas encomendas, pois o meu amigo Djibla informou – me que no embarcadouro da Ponta do Sol tinha encalhado um navio de medalhas e havia “moia “ de medalhas e que certamente o Primeiro Ministro ou Presidente da Republica não se importariam de dar mais saltinho a S.Vicente, agora ao meu humilde quintal, para colocar mais duas medalhas, entre tantas que na moia de medalhas tem colocado em tudo que é farpela, na pele lustrosa da Guma e da Gotcha. Tanto uma, como outra não se importaram de receber as medalhas. Mas o problema é que a Gotcha queria que o medalhador de serviço fosse o Presidente da República e a Guma exigia que o seu medalhador, também, fosse o PR. Não entendi por que não queriam o PM, visto que não conhecem as leis da República, Em tempo de moia não se discute. Recebe-se, apanha-se na moia, no campeonato entre o PR e o PM para ver quem coloca mais medalhas. Não entendi a Guma e a Gotcha, como não entendo aquelas pessoas que, agora, ao receberem uma mensagem da Presidência da Republica ou da chefia do Governo mandam de volta com receio que seja um convite para receber… uma medalha. Povo ingrato, cadelas ingratas, que não sabem dar valor a moia. Quando é sabido que moia é moia: de açúcar, de arroz, de milho ou de medalhas: moia é moia. E na moia queria homenagear as minhas cadelas com uma medalha pelo seu carinho, pela companhia, pela guarda da minha casa, pelos lindos Rothwierl que pariram para a cidade do Mindelo e para Cabo Verde. Queria, mas as ingratas discutem, descriminam o PM. Não entendem que é a única oportunidade de uma cadela cabo-verdiana receber uma medalha porque é tempo de moia, moia de medalhas: que importa quem é o medalhador? Mas do outro lado do quintal chega o canto doce do periquito. Um canto dolente: murmúrio ou reclamação? Reclamação! O periquito também quer uma medalha e não se importa que seja o PM. o medalhador To lixado! Todos os bichos deste quintal querem medalhas. Mas por que se há de dar uma medalha a um periquito? O periquito assobia, já parece mais um papagaio, porque já não assobia. Pergunta? E porque se de seu tantas medalhas a tantos seres humanos banalizando o digno acto de prestar homenagem? Porque se misturou tudo e todos ao ponto que hoje neste País ninguém quer saber de ser homenageado e muito menos de receber medalhas? E o periquito canta. To lixado: as cadelas querem medalhas, os periquitos argumentam o direito á medalha na plumagem amarela e querem que o PR e o PM, para não fazer diferença, lhes coloque as medalhas. Mesmo em tempo de moia é um exagero.
As cadelas, quietas, de olhos meigos dormem sem chegar a um consenso -uma delas tem de receber a medalha das mãos do PM, para não fazer diferença. O Periquito tem um ar de quem virou papagaio e que se pudesse votar no dia 22 de Janeiro votaria no José Maria Neves. E ia virar o olhar para a minha coluna ao Domingo quando o mexer, constante, das folhas da bananeira, deixaram de ser só um mexer. Música não era: bananeira não canta, ainda que periquito vire papagaio aceita-se, mas bananeira não pode virar papagaio, no máximo vira um pé de couve. Mas as folhas da bananeira mexem-se, é um código, é fala., é reclamação! Não! Não! Bananeira não pode receber medalhas, nem em tempo de moia. Bananeira não faz mais nada a não ser a sua obrigação que é dar bananas e parir novas bananeiras. O que??? Houve gente que recebeu medalhas apenas porque cumpriram com a sua obrigação? Isso sabemos.Mas não justifica que se venha a dar uma medalha a uma bananeira porque deu bananas, O que? Deu-se medalhas a professores apenas porque deram aulas. A ex. Ministros apenas porque foram ministros e em muitos casos maus ministros? Ta certo, mas isso não justifica, nem em tempo de moia, que se dê uma medalha em nome do Estado de Cabo Verde a uma bananeira só porque deu … bananas. As folhas da bananeira agitam-se, muito, muito .Bananeira zanga-se? Temo que vire papagaio e que me descomponha . Ora que se lixe. Se as cadelas podem receber medalhas, o periquito pode. Porque não uma bananeira que apenas deu bananas. O presidente da Republica não entregou medalhas aos “ homens da terra” só porque são homens da terra, certamente não se importará em entregar uma medalha a uma bananeira da terra do meu quintal. Também é só mais uma medalha. Só mais uma????

seduino@hotmail.com

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